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Escreveu o mallogrado Pinheiro Chagas, referindo-se ao director espiritual e mestre dos lyricos do seculo XVI, ou da escola chamada classico-italiana, que—se Camões, como os Jeronymos de Belem, significa a resistencia do estylo nacional e da tradição nacional á Renascença classica, Sá de Miranda representa o enxerto da litteratura classica em um vigoroso rebento nacional. Nenhum outro juizo, como o do nosso grande historiador contemporaneo, poderia assignalar melhor o logar de Sá de Miranda no movimento litterario nacional portuguez. Cultor fervoroso da tradição portugueza em seus primeiros tempos de poetisação, o illustre solitario da Tapada, ao dedicar-se ao estudo e á imitativa dos classicos da antiguidade grega e romana, não quebrou, talvez porque o não quizesse fazer, os laços que o prendiam ao espirito que lhe guiara os primeiros passos.